sábado, 7 de janeiro de 2012

ANO LETIVO 2012 - EEMEC

           O rádio trazido para o ambiente escolar opera uma ressignificação das linguagens, privilegiando a linguagem oral. Com isso, permite o resgate da oralidade, traço marcante em nossa cultura e também das identidades culturais dos envolvidos, inscritas nos seus repertórios. Ao permitir esse movimento, por outro lado, a linguagem radiofônica no contexto escolar amplifica as possibilidades de expressão e também o resgate da auto-estima: as pessoas, principalmente os alunos, descobrem que, mesmo tendo dificuldades para operacionalizar linguagem escrita, tem a possibilidade de se expressar pelo rádio, inserindo seus projetos pessoais em um projeto maior, coletivo, e sentindo-se “pertencer” a este ambiente escolar que está em transformação.
            A rádio pode ser utilizada como um poderoso instrumento de comunicação entre o corpo docente e os alunos, dando recados, informações, avisos em geral visando uma mais rápida e fácil transmissão da mensagem, assim como os próprios alunos podem fazer relatos uns aos outros, através da rádio.
Claro, que não poderia ser deixado de lado o entretenimento dos alunos, e para isso também a rádio é de grande utilidade, podendo tocar as músicas prediletas pelos alunos, tornando os intervalos um momento mais agradável, com música. Além de também haver a possibilidade da invenção de programas para interação entre os alunos-radialistas e os alunos-ouvintes. Em minha comunidade, não há rádio. Há um tempo a rádio paulivense funcionava e era de grande importância e necessidade para todos. Mas, perdemos por burocracias e ainda irresponsabilidade dos dirigentes na época. Para as comunidades ribeirinhas sem energia elétrica, era a principal fonte de informação e entretenimento. Para as escolas, meio mais rápido de comunicar a comunidade escolar de algum evento. Particularmente, é um sonho poder ter ainda uma rádio na escola e envolver os alunos e utilizar como um gancho no processo ensino-aprendizagem.
A Escola Estadual Monsenhor Evangelista de Cefalônia,  atende alunos do 1° ao 9º do Ensino Fundamental e Ensino Médio,  totalizando 1.039 alunos, divididos nos turnos matutino e vespertino e noturno. Conta com um Laboratório de Informática muito bem equipado, onde contamos com professores que atuam como suporte para os outros colegas professores de sala de aula. Esses profissionais auxiliam a classe docente e discente com o equipamento tecnológico que a escola possui. O uso da Sala Informatizada é pedagógico, ou seja, os alunos utilizam esse espaço para desenvolverem os projetos planejados pelos professores.
A interação da mídia com a educação torna-se cada vez mais evidente e necessária. A partir desta percepção, sem termos conhecimento ou experiência alguma em radiofonia, mas com muita vontade em proporcionar aos alunos oportunidades reais de crescimento moral, ético e educacional, lançamos a idéia de produzir uma rádio na escola.
Fazendo parte da comunidade, é fundamental que a Escola conheça o contexto social de sua vizinhança e da clientela a que serve. Apesar de óbvia, nem sempre essa percepção é alcançada pelas unidades escolares, muitas vezes absorvidas na atividade educativa como expressão de um processo burocrático e indefinido. Conhecer a comunidade em que está inserida (e, portanto, sua clientela), suas necessidades, potencialidades e expectativas, adequando a elas seu trabalho de atendimento educacional, é a única forma possível para a Escola atender às suas finalidades - formar cidadãos, conscientes e capazes, fornecendo, ainda, os conteúdos e habilidades necessários à sua melhor inserção no ambiente social.
A clientela da Escola Estadual "Monsenhor Evangelista de CEfalônia " não difere das de outras escolas públicas de São Paulo de Olivença: carenciada de modo geral, muitas vezes desnutrida, proveniente de lares desfeitos ou desestruturados pela falta de emprego ou atividade econômica, alcoolismo e uso de drogas. Esse contexto transforma nossos alunos em verdadeiros sobreviventes, para os quais o dia a dia se transforma em batalha pela manutenção da vida e dos poucos bens materiais de que dispõem. Dentro desse quadro, estudar, para uns, torna-se a única forma de escapar desse ambiente - e, para outros, uma atividade de rotina, desvinculada das finalidades que nos levam - direção, coordenação e docentes - á tarefa diária de oferecer-lhes as melhores condições possíveis de educação e inserção no ambiente social.
                  A Escola Estadual "Monsenhor Evangelista de Cefalônia" está localizada na Estrada do Ajaratuba, 388 – Bairro Campinas. Residem em habitações com mínimo conforto, geralmente inacabadas,  de alvenaria. A estrutura urbana oferece água encanada em boa parte das casas, assim como eletricidade. No entanto, nenhuma usufrue de esgotos públicos, que a cidade não possui. São famílias humildes e com nenhuma perspectiva de emprego formal. O atendimento médico à região é precário, temos um Hospital, onde a comunidade é atendida por médicos peruanos que trabalham somente um turno, fazendo com que as famílias passem a madrugar no hospital atrás de atendimento médico. A cidade conta com uma agência do banco Bradesco e correios. A falta de áreas de recreação e lazer adequado para os jovens aprofunda ainda mais a instabilidade social da cidade, aliada à falta de oportunidades de emprego, canaliza as energias da clientela para a violência e uso de drogas.
                  A Escola mantém um bom relacionamento com a comunidade; mas, o desafio continua sendo a participação dos pais nas atividades da escola, não apenas como imposição, mas, como parte integrante da vida do aluno e a evasão escolar.
Foram tentados diversos métodos para que a presença das famílias na escola fosse regular e ainda resolver o problema da permanência do aluno na escola, sem efeito. No entanto,  as reuniões programadas por sala de aula, com atividades direcionadas as famílias, ou finais de semana com atividades de e música, surtiram efeito, porém, por mero divertimento ou obrigatoriedade   ocasionando outro problema: como inserir uma consciência, voltada à atenção para a educação que é o principal objetivo da escola? E ainda o fato de não podemos nos opor a inserção das tecnologias no ambiente escolar, para potencializarmos o processo ensino aprendizagem, devendo dar abertura para o individuo de se expressar como cidadão digno e participante dentro da sociedade em que vive.




http://www.educacional.com.br/projetos/ef1a4/bancoprojeto1a4/radio/default.asp
http://midiaselene.pbworks.com/w/page/20882304/Projeto%20R%C3%A1dio%20na%20EscolaO projeto realizar-se-á com os alunos do período, vespertino, neste primeiro momento, do 6º ao 9º ano do ensino fundamental Escola Estadual Monsenhor Evangelista de Cefalônia, na cidade de São Paulo de Olivença-Am.

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